segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Destruição da natureza

“A destruição da natureza brasileira em números - Arthur Soffiati

A investigação, realizada em 2002, entrevistou gestores públicos de 5.560 municípios e se intitula "Perfil dos Municípios Brasileiros - Meio Ambiente 2000".

O maior problema ambiental reconhecido pelos municípios foi o assoreamento de rios, lagos e açudes, com 53% do total. Os gestores atribuem-no a supressão da mata ciliar (70%), ao desmatamento mais amplo (67%) e a erosão e deslizamento de encostas (56%). As soluções apontadas pelos administradores são a recomposição da vegetação nativa (37%), a dragarem e limpeza de canais (37%) e o combate á erosão (35%). O campeão brasileiro em assoreamento é o Estado do Espírito Santo, com 88% em relação aos outros problemas. Faz sentido, pois o Espírito Santo quase acabou com a Mata atlântica em seu território, gerando um baile de erosão.

Alterações ambientais com efeitos sobre a qualidade de vida ocupam o segundo lugar da lista, com 41% do total. Segundo as respostas, os principais problemas a concorrerem para este estado são o esgoto a céu aberto (46%), o desmatamento (45%) e as queimadas (42%). É de se notar que, qualitativamente, o fogo e a queima de combustíveis fosses representam uma grande queixa por parte da população, e a zona açúcareira do norte-noroeste fluminense conhece bem o problema.

A conclusão maior que posso tirar desta pesquisa é que os modelos de desenvolvimento nascidos da revolução industrial, nas suas vertentes capitalista e socialista, são contra-naturais. As grandes plantas agropecuárias, industriais e urbanas são insustentáveis do ponto de vista sócio-ambiental. A mantê-las, podemos divisar dois horizontes. O primeiro deixa o sistema funcionar a todo vapor. Neste caso, ele vai usar uma moto-serra para cortar as pernas da cadeira em que estão sentados. No segundo horizonte, o sistema procura amenizar os impactos ambientais mediante aterros sanitários, usinas de reciclagem, estações de tratamento e filtros contra gases. Neste caso, as pernas da cadeira são cortadas com uma serra manual. Nas duas situações, o sistema vai ruir. É só uma questão de tempo. Mais do que nunca, acredito que a saída seja construir uma outra civilização, mas esta convicção parece a muitos uma grande utopia.”


Fonte: Jornal Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, RJ.”

Pesquisa feita por : Mariana Quintanilha

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